Conheça o trabalho dos estudantes do AEE da Escola Paulo Mendes Silva -2021

Que tal dar uma passadinha no padlet e conhecer o trabalho da professora Carla?

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FUNÇÕES EXECUTIVAS NA ADOLESCÊNCIA

O desafio de estimular as funções executivas no ambiente escolar presencial e remoto.

Carina Zanini 

 As funções executivas são um conjunto de habilidades e capacidades que nos permitem executar ações necessárias para atingir um objetivo. Nelas, estão a identificação de metas, o planejamento de comportamentos para sua execução e o monitoramento do desempenho até que a meta seja atingida. Essas funções possibilitam nossa interação com o mundo e são essenciais para garantir o sucesso tanto na escola, como no trabalho e nas atividades da vida cotidiana. 

Tradicionalmente, atribui-se à escola a tarefa de desenvolver habilidades cognitivas, mas em nosso sistema educativo atual não há foco nas funções executivas, acreditando que o estudante desenvolverá por conta própria a capacidade de planejar o seu tempo, priorizar informações, monitorar seu progresso e refletir sobre o resultado do trabalho. Mas não é bem assim! 

No modo socialmente estruturado de aprender e de aprender a aprender, os professores esperam que os alunos sejam cada vez mais independentes e organizados no seu desempenho, ao mesmo tempo em que os adolescentes vivenciam um período de desenvolvimento no qual ocorrem alterações nas neuromodulações, no processamento das emoções e da cognição social. 

Como nos prova a neurociência, a área das funções executivas localizada no córtex pré-frontal demora a amadurecer, geralmente até o início da vida adulta, mas para muitos adolescentes, já há grande demanda para que se comuniquem em variados contextos, para que administrem suas próprias tarefas e completem com sucesso projetos muitas vezes abstratos e complicados. 

Em sua maioria, os adolescentes têm dificuldade em integrar experiências emocionais em padrões estáveis de comportamento e essa dificuldade em controlar um comportamento impulsivo e/ou a falta de organização não constitui, por si, um “mau comportamento”, mas sim uma disfunção executiva. Não compreender isso, pode levar a “rotular” o adolescente de forma a produzir estigmas difíceis de serem desfeitos. 

Esperamos que os jovens, no ambiente escolar, sejam capazes de organizar criticamente as informações, de avaliar, generalizar, incorporar novos conceitos e que possam debater novas ideias examinando as abordagens alternativas e tirando suas conclusões. Mas, como auxiliá-los nisso? 

Cabe a nós, educadores, a tarefa de identificar os processos executivos ao investigar se o aluno apresenta dificuldades para estabelecer prioridades, organizar a rotina e o calendário com prazos determinados, identificar objetivos, estabelecer metas, indicar o início, as etapas de desenvolvimento e a conclusão do trabalho. Podemos também auxiliar no controle e filtro das distrações, na inibição de respostas impulsivas e no planejamento de metas de curto, médio e longo prazo. 

Sabe-se que a melhor forma de auxiliar os adolescentes é incorporar o desenvolvimento das funções executivas ao currículo e não fazê-lo de forma isolada. As aulas e atividades remotas deste período de pandemia, trouxeram à tona a grande importância dessas habilidades para o aprendizado e a necessidade de estímulo para que não ocorram prejuízos intelectuais às nossas crianças e adolescentes. Segundo Cosenza (2011,p.96), nossa civilização comete mais um equívoco ao descuidar do desenvolvimento das funções executivas, o que pode comprometer o bem-estar e, talvez, a sobrevivência das futuras gerações. 

Quando compreendermos as funções executivas e incluirmos estratégias pedagógicas com o objetivo de desenvolvê-las no ambiente escolar, estaremos contribuindo para a formação de um indivíduo mais preparado para enfrentar as demandas complexas e diversificadas da sociedade atual. 







Carina Zanini Professora na Rede Pública do Estado de São Paulo, com especialização em Práticas de Ensino de Geografia, em Educação Inclusiva, cursando Neuropsicopedagogia.

Saberes e Práticas da Inclusão

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