Que estratégias você professor utiliza para alunos com deficiência ?

Gostaria de ajudar com algumas sugestões de estratégias que diminuirão as barreiras de acesso as atividades que estão sendo enviadas pelos professores aos alunos público alvo da educação especial.
Lembre-se que cada pessoa é única e devemos conhecer as especificidades de nossos alunos como por exemplo o estilo de aprendizagem, seus conhecimentos prévios, valores, etc.
  Se precisar de alguma informação mais específica faça contato no  meu e-mail marisa.tomazzeto@educacao.sp.gov.br, assim poderemos juntos, adequar as atividades para esse momento de distânciamento social.










AEE da Escola Professor José Feliciano de Oliveira

A escola  Professor José Feliciano de Oliveira fica no Jardim Tamoio e tem em sua demanda 43 estudantes público alvo da educação especial, desses alunos 34 frequentam o Atendimento Educacional Especializado em salas de recursos na área da deficiência intelectual e da deficiência auditiva.

Hoje vamos conhecer um pouquinho do trabalho da professora Michele Codarin Baroni, que atua na área da deficiência intelectual e atende atualmente 18 alunos.

Nas atividades de maio ela fez uso do livro de historia  “ O caso dos Bolinhos” da autora Tatiana Belinay com ilustrações de Bruna Assis Brasil editado pela Editora Moderna. 

A professora aproveitou a tecnologia para enviar as figuras do livroe realizar atividade de leitura para os alunos. Logo em seguida, propôs tarefas para que os estudantes executassem junto com seus pais ou com um adulto.Segue a proposta da professora:


Comanda da atividade proposta:
-Ouvir a história contada no vídeo “O caso do Bolinho”;
- Reescrever a história com as suas palavras e postar no aplicativo;
- Escrever uma receita de bolo de sua preferência, podendo pedir ajuda a um adulto;
- Com ajuda deste adulto, executar a receita;
- Fotografar/gravar a preparação e depois de pronto enviar no grupo: Atividades do AEE. 

Aluno Robson


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                                            Aluno Matheus de Godoi


 
Aqui está o processo de construção da receita do Cauã






E este é o aluno João Vitor que possue transtorno do espectro autista com deficiência intelectual. Ele está frequentando a escola regular desde o sexto ano e só agora teve sua especificidade diagnósticada.


Parabéns pelo trabalho desenvolvido com seus alunos...







Relato da Escola Estadual Professor Nathanael Silva

Nome do aluno: Kennedy Felipe Marques Neves
Escola: Nathanael Silva – Várzea Paulista
Interprete: Adrielis Ribeiro Viana da Silva




RELATO 

Segundo a interprete Adrielis Ribeiro Viana da Silva, o aluno da EE Nathanael Silva , Kennedy Felipe Marques Neves, 9º ano, é deficiente auditivo,  porém fluente em Libras, apresentando bastante dificuldade na construção de seu processo de aprendizagem. 
A família demonstra interesse e preocupação em relação às dificuldades do filho, tendo consciência que este não consegue acompanhar o desenvolvimento dos demais alunos da sua faixa etária.  
Através da rede social WhatsApp estamos enviando vídeos para que ele possa assistir e entender as atividades, que são diferenciadas e específicas para contribuir com seu processo de desenvolvimento.
Aos poucos,  no tempo dele, com os vídeos em Libras e com o auxílio da mãe, que recebe instruções da interprete, ele realiza o que é proposto. 
Neste momento o ensino a distancia esta sendo uma novidade para todos  especialmente para alunos com deficiência;  uma superação para a família e para a escola.



Parabéns Kennedy! Você e sua família são um lindo exemplo de sucesso!









Vocês conhecem o AEE da Escola Adib Miguel Haddad?

A escola está localizada no Bairro Santa Gertrudes e conta com uma grande demanda de alunos Público Alvo da Educação Especial. Atualmente a demanda é de 41 laudados e outros tantos aguardando os resultados da saúde.

E é exatamente isso que a torna num lugar diferente e muito especial. As pessoas são vistas pelas suas qualidades e não pelas suas dificuldades.

 
                                           Dila, Joyce, Igor e Francislaine

 Nesse trabalho diferenciado temos a atuação das professoras Joyce e Maria Odília no Atendimento Educacional Especializado (AEE), dos professores de apoio Ana Paula e Gilvan, da cuidadora Clarice e todos coordenados pelas colegas Maria José e Patrícia com a regência do diretor Fábio Paixão e do vice diretor Rogério.
  



Vamos assistir a interação da professora Dila com a família?


As professoras fazem o contato com os alunos e suas famílias através do WhatsApp onde criaram um grupo fechado das turmas do AEE com pais, amigos responsáveis e colaboradores leitores para os não alfabéticos.

 Ele possibilita a troca entre os estudantes, a família e a equipe escolar. Através dele os professores enviam atividades e monitoram a aprendizagem dos alunos fazendo o apoio em tempo real...


No vídeo acima os alunos se reuniram e filmaram a atividade de jogral. Com esta atividade são trabalhandas as habilidades de comunicação, auto cuidado e lazer que são específicos da sala de recursos. Além disso entra a coordenação motora, o ritmo, a sequenciação entre outras competências.

 A empatia é a chave do sucesso em todo o trabalho e este vídeo do jogral mostra o envolvimento que ela oportuniza. A mãe do aluno Lucas tem um celular e os outros três colegas não têm acesso a essa tecnologia. Ela generosamente cede o aparelho para receber todas as atividades e repassa aos três alunos, em um horário de estudos que ela mesma criou. 
  
                   

As atividades bem como informações sobre a escola, dicas culturais e de saúde são disponibilizadas semanalmente para os alunos.  Essas ações promovem um ambiente acolhedor e divertido para as famílias, além de prover uma rotina que vai além dos muros da escola, constrói vínculos e aproxima a família do cotidiano escolar mudando sua relação com a aprendizagem de seu filho.

Teve um acontecimento bem peculiar... uma das mães via os amigos do filho interagindo e postando as atividades. Ela fez contato com a professora do AEE para que a mesma incentivasse a participação de seu filho.  E hoje ele é o que mais se destaca neste trabalho remoto.Tudo isso levou a família a um sentimento de pertença.

Conheça agora família Adib:



 André

 Daniel
 Jaylon

 João Pedro 

 João Pedro 

   Kauan


 Lucas 

 Pedro
 Suellen

Marcos de Jesus

 Raissa

 Nícolas

 Tamires
 Marcos


 Gustavo

E para concluir...











  



       

Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva: o papel do professor

 Correntes teóricas têm demonstrado a importância das relações interpessoais para o processo de construção do conhecimento e da formação do cidadão. Compreender essa relação professor x estudante com necessidades educacionais especiais é essencial para o processo educativo. 

Nesse sentido, o professor tem um papel fundamental para se alcançar os objetivos propostos, tanto nos quesitos sociais quanto nos pedagógicos: favorecer aos estudantes o acesso ao conhecimento e seu uso funcional, na administração de sua própria vida e no processo de transformação da sociedade. Nesta pauta, discutiremos o papel do professor ante a inclusão e as características presentes no Currículo Paulista que reforçam a importância do desenvolvimento de práticas pedagógicas inclusivas ao longo do processo de escolarização dos estudantes. 

Temos como objetivo discutir sobre a relação professor x estudante com necessidades educacionais especiais. è Relacionar os aspectos da Educação Inclusiva ao Currículo Paulista. è Compreender o papel do professor diante do contexto atual de inclusão.

 É preciso ter em mente que a educação especial é uma área de estudo relativamente nova no campo da pedagogia, cuja preocupação esteve historicamente centrada em ofertar educação de qualidade a todos os estudantes.

 Embora se reconheça o avanço em defender a igualdade da aprendizagem para todos, a preocupação com a equidade só foi possível graças às conquistas sociais dos chamados “diferentes”. 

Apesar das garantias legais, observa-se um certo despreparo da sociedade e das instituições educacionais, em geral, para efetivar a inclusão destes estudantes na escola e para além dela. A despeito de generalizações, é possível que os professores aleguem falta de preparo para a condução pedagógica desses estudantes.


 Entretanto, neste texto, pretende-se tratar de um aspecto específico da inclusão, qual seja, aquele que se refere à qualidade das experiências vivenciadas por esse público no que diz respeito às relações estabelecidas entre eles e toda a comunidade escolar, bem como o papel do professor para que essas experiências não reforcem comportamentos discriminatórios e/ou o ambiente frustrante comumente vivido por esses estudantes.

 Nesse sentido, o Currículo Paulista traz uma abordagem relacional entre o princípio da equidade e a perspectiva da inclusão, conforme o excerto que segue:

 “A equidade no Currículo Paulista é representada pelos seguintes aspectos: è Segundo a perspectiva defendida pelo Currículo Paulista, a equidade diz respeito à inclusão de todos os estudantes nas escolas e à garantia de seu direito à educação pública e de qualidade prevista na LDB, na Constituição e na legislação estadual e dos municípios paulistas. Diz respeito, ainda, à necessidade de respeitar a diversidade cultural, a socioeconômica, a etnicorracial, a de gênero e as socioculturais presentes no território estadual. è Promover a equidade supõe também dar respostas adequadas e com respeito ao público atendido nas modalidades da Educação Especial, Educação de Jovens e Adultos, Educação do Campo, Educação Escolar Indígena e Educação Escolar Quilombola, segundo as necessidades locais. è No caso da Educação Especial, o desafio da equidade requer o compromisso com os estudantes com deficiência, reconhecendo a necessidade de práticas pedagógicas inclusivas e de acessibilidade curricular, conforme estabelecido na Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei Nº 13.146/2015)”. (SÃO PAULO, 2019) 

É importante que os professores percebam a correlação existente entre os princípios do currículo, as temáticas e as abordagens propostas, para que tenham clareza das intencionalidades formativas pretendidas pelo currículo.

 Uma vez incorporadas, elas estarão presentes na prática pedagógica independentemente do componente curricular e/ou da modalidade educacional tratada. Isso significa dizer que, se um professor está atento e coíbe manifestações de preconceito de qualquer ordem, evita equiparações impróprias, acolhe, valoriza e legitima as experiências de todos os estudantes e dá voz aos silenciados, está trabalhando na direção de uma perspectiva inclusiva. 

Reconhecendo a importância da mediação do professor para o processo de inclusão dos estudantes na escola, nesta pauta, privilegiaremos nas atividades a reflexão sobre a relação professor-estudante na Educação Especial.  Assista ao vídeo O papel da escola, do professor e da educação inclusiva.



Sugestão de leitura: http://cape.edunet.sp.gov.br/cape_arquivos/BoasPraticas/SOMOSIGUAISDIFERE NTES.pdf o

Para saber mais:

 BRASIL. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. MEC. 2014. Acesse usando o link:  http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alia s=16690-politica-nacional-de-educacao-especial-na-perspectiva-da-educacaoinclusiva-05122014&Itemid=30192 o

 BRASIL. Decreto Federal Nº 7.611/2011 - Dispõe sobre a educação especial, o atendimento educacional especializado e dá outras providências. Presidência da República. 2011. Acesse usando o link: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011- 2014/2011/Decreto/D7611.htm

SÃO PAULO (Estado). Deliberação CEE 149/2016 - Estabelece normas para a educação especial no sistema estadual de ensino. Secretaria da Educação. 2016. Acesse usando o link http://siau.edunet.sp.gov.br/ItemLise/arquivos/RESOLU%C3%87%C3%83O%20D E%208-12-2016.HTM?Time=21/10/2018%2023:42:18 o

SÃO PAULO (Estado). Resolução SE Nº 68/2017 - Dispõe sobre o atendimento educacional aos alunos, público-alvo da Educação Especial, na rede estadual de ensino. Secretaria da Educação. 2017. Acesse usando o link http://siau.edunet.sp.gov.br/ItemLise/arquivos/68_17.HTM o

BRASIL. Lei Federal 13.146/2015 - Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Presidência da República. 2015. Acesse usando o link http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015- 2018/2015/lei/l13146.htm

Fonte: Pautas formativas SEE.

SUBSÍDIOS PARA PLANO DE TRABALHO


SUBSÍDIOS PARA PLANO DE TRABALHO
 Áreas: deficiência Intelectual, Física, Auditiva, Visual, TEA, Múltipla Deficiência

O presente documento tem como objetivo oferecer subsídios para a elaboração dos planos de trabalho pelos professores que atuam com estudantes com as áreas de deficiências: DI, DA, DV, DF, TEA e Múltiplas Deficiências, nesse momento de suspensão das aulas presenciais por causa da pandemia de COVID-19.
Primeiramente, o professor precisará retomar o Plano de Atendimento Individualizado – PAI de cada estudante, com vistas a identificar o nível de comprometimento de cada um e as possibilidades de abordagem, no intuito de minimizar as barreiras impostas pela deficiência.
Nesse novo contexto, de educação remota, é fundamental identificar possibilidades dos estudantes quanto ao acesso a recursos necessários para o desenvolvimento das atividades propostas. Deve-se realizar um levantamento dos recursos disponíveis no seu domicílio, tais como: livros, jogos lúdicos, papéis, tintas, pincéis, lápis de cor, mecanismos de comunicação, a possibilidade de acesso a ferramentas digitais (computador, celular, internet entre outros) e outros instrumentos necessários à eliminação das barreiras que o estudante possa apresentar em relação ao seu desenvolvimento.
Também devemos considerar a importância do engajamento dos familiares para o apoio e conscientização da necessidade de dar continuidade ao processo de desenvolvimento do estudante nesse momento de isolamento social. Estabelecer essa parceria será fundamental para manter o vínculo do estudante com a escola e para que ele continue desenvolvendo as suas habilidades no ambiente domiciliar. A escola pode elaborar roteiros de estudos diários com atividades adaptadas e orientações de como a família pode auxiliar o estudante na compreensão das comandas, na elaboração e registro das respostas, nas estratégias de aprendizagem e na produção de um portfólio. Para que esse esforço mútuo atinja os objetivos propostos, será necessário estabelecer canais de assessoramento e apoio permanentes com as famílias.
Devemos considerar ainda a concepção de currículo, que deve abranger todas as experiências de aprendizagem dos estudantes e não somente aquelas definidas no Currículo Oficial do ano/série. É importante que tanto os professores quanto os familiares tenham consciência de que os estudantes podem se beneficiar muito das experiências cotidianas do ambiente domiciliar (seleção de alimentos saudáveis, preparo de refeições, cuidados de higiene pessoal como escovação e banho, cuidado com a casa, manejo do dinheiro, uso do telefone entre outros), trabalhando assim, o Currículo Funcional, ou seja, auxílios para a vida diária e vida prática. Também é aconselhável incluir atividades que envolvam música, atividade corporal, brincadeiras e jogos.
Para cada área da deficiência os professores especializados podem propor atividades como: podcast, aulas gravadas em áudio e vídeos, materiais ampliados, livros paradidáticos, materiais ampliados, comunicação alternativa, imagens (relacionadas ao conteúdo, ao cotidiano do aluno), atividades de percepção, memorização, leitura e escrita.
O  professor conhece as potencialidades e as limitações de seus alunos, e a partir desse referencial é que vai propor e mediar as atividades.
A escola é responsável por promover uma ponte entre o professor especialista e o professor da turma regular, estimulando a produção colaborativa dos planos de aula, permitindo a troca de experiências que contribua para o desenvolvimento da aprendizagem e atendimento das especificidades do estudante com deficiência.
A promoção de vivências, experiências e intervenções pedagógicas eficazes diante de um desafio, já estão incorporados na prática do atendimento educacional especializado. Entendemos que esse momento é mais uma oportunidade de prover acesso e condições de aprendizagem aos alunos com deficiência e, portanto, de assegurar condições para a continuidade dos estudos, mesmo que de forma remota.
A soma dos esforços e a socialização de boas práticas ajudarão a minimizar os problemas que surgirem. Por isso a contribuição de todos e de cada um é muito importante.
Estou à disposição para orientações e esclarecimento de dúvidas.

Que tal assistir o Plano da professora Camila Rodrigues


DESAFIO ACEITO!!! OLHA SÓ QUE BACANA !!!!

O desafio da professora Marcela foi aceito!!!!

 Vocês da Escola Professor José Feliciano de Oliveira conhecem o Robert do  8 ano B?

Ele não perdeu tempo! Ensaiou e enviou o desafio certinho! Quer ver?




É  isso mesmo ele mandou muito bem!!!!

Trabalho da Prof. Marcela do AEE de Deficiência Intelectual da Escola Estadual Professor José Feliciano de Oliveira

Recebi hoje o trabalho da professora Marcela Tamassia que atua no Atendimento Educacional Especializadoda Escola Estadual Professor José Feliciano de Oliveira. No vídeo ela conversa com as famílias e alunos para enviar as atividades. Acompanhe aqui como ela fez:


                                                                          
A orientação e o desafio...

                                                                     

O modelo parado para treinar...



Outras pessoas reproduzindo


A Marcela fazendo com o filho João.

 Então essa foi a atividade para dessa semana, será que os alunos vão conseguir?  Esperamos anciosos pelos resultados! 

PLANO DO AEE


SOBRE IDENTIDADE E DIFERENÇAS NA ESCOLA




A inclusão rompe com os paradigmas que sustentam o conservadorismo das escolas, contestando os sistemas educacionais em seus fundamentos. Ela questiona a fixação de modelos ideais, a normalização de perfis específicos de alunos e a seleção dos eleitos para frequentar as escolas, produzindo, com isso, identidades e diferenças, inserção e/ou exclusão.

O poder institucional que preside a produção das identidades e das diferenças define como normais e especiais não apenas os alunos, como também as suas escolas. Os alunos das escolas comuns são normais e positivamente valorados. Os alunos das escolas especiais são os negativamente concebidos e diferenciados.

Os sistemas educacionais constituídos a partir da oposição - alunos normais e alunos especiais - sentem-se abalados com a proposta inclusiva de educação, pois não só criaram espaços educacionais distintos para seus alunos, a partir de uma identidade específica, como também esses espaços estão organizados pedagogicamente para manter tal separação, definindo as atribuições de seus professores, currículos, programas, avaliações e promoções dos que fazem parte de cada um desses espaços.

Os que têm o poder de dividir são os que classificam, formam conjuntos, escolhem os atributos que definem os alunos e demarcam os espaços, decidem quem fica e quem sai destes, quem é incluído ou excluído dos agrupamentos escolares.

Ambientes escolares inclusivos são fundamentados em uma concepção de identidade e diferenças, em que as relações entre ambas não se ordenam em torno de oposições binárias (normal/especial, branco/negro, masculino/feminino, pobre/rico). Neles não se elege uma identidade como norma privilegiada em relação às demais.

Em ambientes escolares excludentes, a identidade normal é tida sempre como natural, generalizada e positiva em relação às demais, e sua definição provém do processo pelo qual o poder se manifesta na escola, elegendo uma identidade específica através da qual as outras identidades são avaliadas e hierarquizadas.

Esse poder que define a identidade normal, detido por professores e gestores mais próximos ou mais distantes das escolas, perde a sua força diante dos princípios educacionais inclusivos, nos quais a identidade não é entendida como natural, estável, permanente, acabada, homogênea, generalizada, universal.
 Na perspectiva da inclusão escolar, as identidades são transitórias, instáveis, inacabadas e, portanto, os alunos não são categorizáveis, não podem ser reunidos e fixados em categorias, grupos, conjuntos, que se definem por certas características arbitrariamente escolhidas.

É incorreto, portanto, atribuir a certos alunos identidades que os mantêm nos grupos de excluídos, ou seja, nos grupos dos alunos especiais, com necessidades educacionais especiais, portadores de deficiências, com problemas de aprendizagem e outros tais. É incabível fixar no outro uma identidade normal, que não só justifica a exclusão dos demais, como igualmente determina alguns privilegiados.

A educação inclusiva questiona a artificialidade das identidades normais e entende as diferenças como resultantes da multiplicidade, e não da diversidade, como comumente se proclama. Trata-se de uma educação que garante o direito à diferença e não à diversidade, pois assegurar o direito à diversidade é continuar na mesma, ou seja, é seguir reafirmando
o idêntico.
A diferença (vem) do múltiplo e não do diverso. Tal como ocorre na aritmética, o múltiplo é sempre um processo, uma operação, uma ação. A diversidade é estática, é um estado, é estéril. A multiplicidade é ativa, é fluxo, é produtiva. A
multiplicidade é uma máquina de produzir diferenças - diferenças que são irredutíveis à identidade. A diversidade limita-se ao existente. A multiplicidade estende e multiplica, prolifera, dissemina. A diversidade é um dado - da natureza
ou da cultura. A multiplicidade é um movimento. A diversidade reafirma o idêntico. A multiplicidade estimula a diferença que se recusa a se fundir como idêntico (SILVA, 2000, p.100-101).

De fato, a diversidade na escola comporta a criação de grupos de idênticos, formados por alunos que têm uma mesma característica, selecionada para reuni-los e separá-los. Ao nos referirmos a uma escola inclusiva como aberta à diversidade, ratificamos o que queremos extinguir com a inclusão escolar, ou seja, eliminamos a possibilidade de agrupar alunos e de identificá-los por uma de suas características (por exemplo, a deficiência), valorizando alguns em detrimento de outros e mantendo escolas comuns e especiais.

Atenção, pois ao denominarmos as propostas, programas e iniciativas de toda ordem direcionadas à inclusão, insistimos nesse aspecto, dado que somos nós mesmos quem atribuímos significado, pela escolha das palavras que utilizamos para expressá-lo. É por meio da representação que a diferença e a identidade passam a existir e temos, dessa forma, ao representar o poder de definir identidades, currículos e práticas escolares.

Fonte:A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar - A Escola Comum Inclusiva




Colegas Professores,

Espero que esse texto tenha oportunizado uma boa reflexão para esclarecer o tema. Gostaria ainda de comentar que o texto é datado de 2010 e nesta época a pessoa com deficiência era nomeada de portadores de deficiência. A nomenclatura evolui com as nossas concepções pois, percebo que hoje já nos enxergamos todos como pessoas. Muito temos a caminhar e transformar nos espaços em que convivemos para não mais precisar deste como reflexões que  classificam as pessoas. Se tiver sugestão de tema estou aberta a receber.

                                                           

Conversando sobre Adaptação Curricular e Educação Especial





Quando falamos de currículo a que estamos nos referindo? Falamos sobre as habilidades que o aluno vai adquirir e como vai acessar o conteúdo.

Alguns especialistas usam a expressão adequação curricular ou flexibilização curricular quando se fala em adaptar uma atividade a uma dada situação. Neste momento isso pode gerar a impressão de o currículo  será diminuído de forma a oferecer “facilidades” ao estudante. Mas, com certeza, não é isso que se pretende; a intenção é dar condições para que o estudante tenha acesso ao conceito que está sendo trabalhado com a sala que ele frequenta.

Mas, surgem algumas perguntas: como fazer com um estudante com deficiência intelectual, no momento por exemplo, em que este chega ao Ciclo II ou Ensino Médio e tiver no currículo geometria analítica ou raiz quadrada? Então, é esse um grande desafio da Educação Inclusiva.

O aluno precisa aprender os conceitos, portanto devemos focar nas potencialidades. O que ele não consegue todos já sabem, mas mudando de olhar,  o que eu percebo nele de positivo que deve ser um caminho para que ele acesse o conhecimento?
Isso não é negar a deficiência e sim o que a deficiência vai representar naquele contexto para o professor. Afinal somos todos diversos e cada um de nós tem as suas características de aprendizagem. O importante é a relação ensino-aprendizagem e oferecermos um conceito que possa oportunizar o acesso à aprendizagem.

Para esse trabalho existe ainda o Atendimento Educacional Especializado (AEE) que atende o estudante público alvo da Educação Especial. São alunos com deficiência, transtorno do espectro autista e altas habilidades ou superdotação. Eles são atendidos no contraturno do ensino regular em salas de recursos ou serviços de itinerância. Através desse trabalho tanto o  aluno como professor regular recebem apoio. Na nossa Diretoria temos 26 escolas que oferecem esses serviços.

O professor tem mostrado neste tempo de pandemia uma capacidade enorme de se reinventar, usar sua criatividade e transpor  barreiras, lembrando que as maiores delas são as atitudinais.  Lembrem-se: não existem regras, apenas a intenção de viabilizar a aprendizagem a todos.


Se quiser saber mais assista ao vídeo:  https://www.youtube.com/watch?v=Yg5tAfVJ7gQ


Quarentena para crianças autistas...com a Professora Vanessa Francine



 




Falar em quarentena para uma criança dentro do espectro autista, é muito complicado, uma vez que está muito difícil para todos, imaginem para eles. Família estão desestruturadas e a palavra da vez é observação.
Não existe receita mágica, o que serve para um, certamente não servirá para outro. Temos que observar.... Entender os períodos de maior tensão e propor atividades que amenizem essa situação. 

O primeiro passo é organizar a vida da criança de forma visual, para que ela tenha noção clara dos acontecimentos do dia, afinal quarentena não é férias, no entanto ela não terá aulas e nem passeios. A previsibilidade, traz uma sensação boa de controle.

A rotina visual pode ser feita com desenhos, recortes ou escrita, dependendo do comprometimento da criança. É necessário que esta “agenda diária” seja montada no início do dia junto com a criança ou adolescente, e que seja feito o possível para que ela não falhe, prevendo:  refeições, atividades, atendimentos on line, higiene, momentos de pausa e lazer.

Quanto as aulas on line, é preciso que ela esteja prevista na “agenda diária “da criança, e tenha observação minuciosa por parte do profissional, afinal é uma modalidade nova de atividades, que não houve ensaios e nem conhecimento do processo delas. É possível que o aluno:  se irrite com volume ou ruído dos sons, com eventuais falhas no sistema, com imagem, que não compreenda as ordens dadas, que tenha crises de ansiedade, e, neste momento cabe ao profissional a continuidade ou não dos atendimentos por vídeo chamadas.

Outra questão diz respeito a preparação de várias atividades com o mesmo objetivo para serem usadas no caso de os alunos não entenderem ou não responderem adequadamente as atividades propostas nas aulas on line. É preciso oferecer várias maneiras de realizar as atividades.

Vale ressaltar que crianças e pessoas com autismo NÃO estão nos grupos de risco da doença. Porém, as mudanças de rotina por conta da pandemia do coronavírus podem gerar um impacto negativo para elas.  Nós podemos         transformar esse período em algo diferente para as crianças e adolescentes: “toda a situação em casa pode ser uma oportunidade de aprendizado”.

Vanessa Francine – Psicopedagoga Clínica e Institucional/ Professora do A.E.E da Escola Professora Benedita Arruda - Jundiaí


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