Quarentena para crianças autistas...com a Professora Vanessa Francine



 




Falar em quarentena para uma criança dentro do espectro autista, é muito complicado, uma vez que está muito difícil para todos, imaginem para eles. Família estão desestruturadas e a palavra da vez é observação.
Não existe receita mágica, o que serve para um, certamente não servirá para outro. Temos que observar.... Entender os períodos de maior tensão e propor atividades que amenizem essa situação. 

O primeiro passo é organizar a vida da criança de forma visual, para que ela tenha noção clara dos acontecimentos do dia, afinal quarentena não é férias, no entanto ela não terá aulas e nem passeios. A previsibilidade, traz uma sensação boa de controle.

A rotina visual pode ser feita com desenhos, recortes ou escrita, dependendo do comprometimento da criança. É necessário que esta “agenda diária” seja montada no início do dia junto com a criança ou adolescente, e que seja feito o possível para que ela não falhe, prevendo:  refeições, atividades, atendimentos on line, higiene, momentos de pausa e lazer.

Quanto as aulas on line, é preciso que ela esteja prevista na “agenda diária “da criança, e tenha observação minuciosa por parte do profissional, afinal é uma modalidade nova de atividades, que não houve ensaios e nem conhecimento do processo delas. É possível que o aluno:  se irrite com volume ou ruído dos sons, com eventuais falhas no sistema, com imagem, que não compreenda as ordens dadas, que tenha crises de ansiedade, e, neste momento cabe ao profissional a continuidade ou não dos atendimentos por vídeo chamadas.

Outra questão diz respeito a preparação de várias atividades com o mesmo objetivo para serem usadas no caso de os alunos não entenderem ou não responderem adequadamente as atividades propostas nas aulas on line. É preciso oferecer várias maneiras de realizar as atividades.

Vale ressaltar que crianças e pessoas com autismo NÃO estão nos grupos de risco da doença. Porém, as mudanças de rotina por conta da pandemia do coronavírus podem gerar um impacto negativo para elas.  Nós podemos         transformar esse período em algo diferente para as crianças e adolescentes: “toda a situação em casa pode ser uma oportunidade de aprendizado”.

Vanessa Francine – Psicopedagoga Clínica e Institucional/ Professora do A.E.E da Escola Professora Benedita Arruda - Jundiaí


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Saberes e Práticas da Inclusão

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