Falando em empregabilidade...vejam isso:

Somos os pais de Mariana de Sousa Siqueira Santos e vimos denunciar fatos
que afrontam direitos de cidadania, de igualdade e dignidade humana
ocorridos com nossa filha. Mariana tem 23 anos e no mês de julho do próximo
ano concluirá seu curso de Design de Interiores, no Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia - IFPB, campus de João Pessoa.

Como a maioria dos estudantes do ensino superior do país, Mariana tem o seu
currículo cadastrado para estágio no Centro de Integração Empresa-Escola -
CIEE. Na semana passada recebeu a notícia de que o seu perfil havia sido
selecionado para uma vaga de estágio na empresa Stilus, em João Pessoa,
localizada no Bairro dos Estados.

No próximo dia 25, às oito da manhã, os candidatos com perfil aprovado
farão uma prova de seleção para a vaga de estágio. Entretanto, Mariana não
estará entre eles. E por que Mariana não poderá fazer a prova? Recebemos um
telefonema do CIEE informando que a empresa argumenta que "não há no
momento, oportunidade para pessoas como Mariana, que tem uma deficiência
auditiva". Ainda que ela use prótese e - apesar da perda auditiva - seja
oralizada, se comunicando plenamente.

Estudante aplicada, Mariana maneja com destreza, softwares como AutoCAD,
Cinema D4 e realiza com perícia, tarefas de renderização, projeto e
decoração de ambientes. Na empresa Stilus, no entanto, sequer vai ser lhe
dada oportunidade para participar de uma seleção de estágio. Mariana tem uma
trajetória de vida bem sucedida. Venceu inúmeras barreiras e destaca-se na
sua formação. É uma pessoa consciente, cumpridora dos seus deveres de
estudante, de filha, de cidadã.

No entanto, tem enfrentado dificuldades múltiplas numa sociedade onde nem
sempre pessoas como ela estão incluídas e reconhecidas. Mariana sabe que na
sua vida, os desafios estão sempre a exigir coragem, disciplina e uma luta
permanente na defesa dos seus direitos. Nós, os seus pais, somos os seus
aliados incondicionais. Neste momento só temos a nossa voz de indignação, de
protesto, de repúdio à prática excludente e mesquinha desse tipo de empresa.
Queremos que essa nossa voz se espalhe. Que seja ouvida por vocês que são
pais, filhos, amigos... queremos que nossa voz seja ouvida pelas pessoas com
deficiência ou não, pelas autoridades jurídicas deste país, desta nossa
cidade.

Além da denúncia pública, estaremos buscando providências legais junto ao
Ministério Público para que outros jovens, em condição semelhante, não
venham a passar por tamanho constrangimento, impunemente.

Lau Siqueira e Joana Belarmino

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