DICAS DE COMO AJUDAR SEU ALUNO COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA NA ESCOLA

Para um sucesso maior, as tarefas complicadas devem ser quebradas em pequenas partes.

  • Não apresente ao aluno atividades longas. Por exemplo, se o exercício precisa que o aluno escreva 10 sentenças, comece com duas. Simplifique atividades desafiadoras e abstratas. Transforme questões subjetivas em questões de múltipla escolha.


  • Use material visual para fazer com que a atividades pareçam mais concretas.


  • Use cartões para resumir os passos para a realização de tarefas ou as atividades da agenda diária.


  • Ofereça intervalos para exercícios físicos e limite o tempo necessário para a atividade. Isso ajuda as crianças que têm dificuldade para reter a atenção.


  • Horários visuais ajudam na noção do tempo e no controle da ansiedade e na administração da tolerância.


  • Use a regra 80/20. Toda vez que começar um dia de atividades, comece com atividades mais fáceis (80%) e que não causarão problemas disruptivos e de desestruturação de ambiente. A criança fica mais confortável em sala e mais confiante. Os 20% de tarefas mais difíceis devem ser usados ou no final da sessão ou intercalada com as tarefas mais fáceis. Isso vai depender, logicamente, de cada criança.


  • Com essa estrutura, é criada confiança e motivação para o trabalho. Se a criança começar o dia de trabalho com atividades além de seu potencial, pode desenvolver um senso de que não é capaz. Use comandos simples, com poucas palavras e seja direto.


  • Apresente escolhas. Sempre. Toda criança se sente mais à vontade com seu horário de tarefas quando pode escolher ou a ordem das tarefas ou que tipo de atividade quer realizar.


  •  Na hora do recreio, devem ser reforçadas as regras de convivência, comorespeito aos amigos e tolerância, não se permitindo bullying.
  •  Usar um rodízio de amigos para o recreio pode ser uma estrategia eficiente. A responsabilidade é dividida com todos e os amigos podem ser orientados a ajudar diretamente com as regras sociais.


  • Deixe permitido para o aluno uma área na escola em que ele possa ficar sozinho e fazer o que gosta. Existem pessoas que defendem a liberdade da criança, onde ela possa ficar relaxada, fazendo os movimentos repetitivos que gosta, como se estivesse extravasando. Eu pessoalmente não gosto. Se estamos trabalhando para que a criança seja incluída e que tenha mais amizades e um relacionamento melhor com seus colegas, os movimentos repetitivos não são adequados porque não socializam e podem, muitas vezes, assustar os colegas. Todas as cartas devem ser usadas para que a criança seja redirecionada e não faça os movimentos.

Uma ideia interessante é criar, dentro da própria escola, clubes de jogos, de computação, de música para que as crianças possam escolher o que fazer durante o recreio. Os clubes seriam supervisionados por um adulto e as crianças poderiam fazer o que gosta, falar do que gosta etc.

  • Estrategias de redirecionamento e o que a criança não pode fazer e o que ela pode fazer devem ser distribuídas para todos os profissionais que lidam com ela.


  • Refeitórios e áreas de lanche podem ser extremamente estressantes para crianças com TEA (Transtorno do Espectro Autista). Muito barulho não só de coisas sendo arrumadas, mas vozes de crianças, arrastar de cadeiras, etc. Tente se imaginar no lugar de uma criança que é sensível demais e pode ouvir sons mais altos que você. Seja flexível em relação a tempos e dificuldades. Visite com a criança o lugar antes, vazio, para que ela visualize onde fica a comida, onde pode sentar, e o que vai acontecer. Isso diminue a ansiedade e minimiza problemas de comportamento.


  • Dar a criança um brinquedo para aliviar a tensão em alguns momentos é ótimo. Em qualquer situação que você possa desestressar a criança, leve alguma coisa que ela goste de segurar ou uma esponja ou bola para apertar, um brinquedo com luz e/ ou água para que ela fique olhando. Isso pode minimizar possíveis problemas.


  • Lembre-se de que as crianças com TEA não vão necessariamente aprender com as outras crianças.Mas elas surpreendem sempre!!!

TREINANDO SUA CRIANÇA AUTISTA A USAR O BANHEIRO


 Treinar uma criança a ir a o banheiro é um trabalho desgastante para toda a família e comunidade. Requer paciência e perserverança. Algumas famílias acham fácil e mais simples deixar a criança em fraldas para evitar os problemas que possam surgir durante o treinamento.
 Vale ressaltar que uma criança já treinada, tem um grande impacto na convivência social da família e na independência  e aceitação social da criança.
É válido usar algumas técnicas para controlar o estresse para diminuir os aspectos negativos de sobrecarga de energia e tempo.
Muitas vezes é mais fácil que a criança seja treinada na escola que em casa, ou vice e versa. É importante que escola e lar trabalhem juntos num mesmo objetivo para o sucesso do treinamento. Comunicação é a chave do negócio. Para isso, não fique triste com a escola ou qualquer membro da equipe se as coisas não tiverem funcionando efetivamente em um dos lugares.
 Persevere e acredite que o sucesso virá. Evite ficar muito preocupado ou excessivamente estressado com a situação.
Para saber se sua criança está pronta para ser treinada, observe as seguintes perguntas: a pessoa atua diferente ou parece notar quando está com fraldas ou partes de baixo molhada ou suja? Existe algum interesse ou diferença de comportamento em relação a banheiro, privada, ao trocar de roupas ou qualquer outra momento relacionado a isso? A pessoa apresenta alguam mudança de comportamento quando outra está envolvida em atividades ou objetos relacionados à higiene ? Se você respondeu sim a todas essas perguntas, a pessoa deve está tendo percepção e talvez pronta para iniciar o treinamento.
Observe as horas certas para a criança ir ao banheiro e as inclua num horário visual.
Coloque brinquedos preferidos da criança ou livros no banheiro para facilitar a adaptação desta.
 Algumas crianças podem ser muito sensíveis ao som da descarga. Colocar uma música calma pode ajudá-las a relaxar.
 Use a descarga como recompensa depois que a criança urinar na privada. Saiba, porém, que algumas crianças podem ficar super excitadas ou até com medo do barulho da descarga ou da visão da água descendo. Para que isso diminua, basta que as pessoas envolvidas usem reforço positivo como brinquedos com luzes ou barulho.
 Nunca pergunte se a pessoa quer ou não ir ao banheiro. Apenas diga para ela que é hora de usá-lo. Permitir que a pessoa indique se está na hora ou não, não é considerado nesse momento.
Se a pessoa urinar ou defecar entre os horários, limpe tudo calmamente e não fique hostil ou aborrecido. Simplesmente ajude a pessoa a se limpar e continue seguindo o horário visual. Não faça nenhuma referência ao acidente.
 Na hora de escolher os desenhos do seu horário visual, escolha os que sejam claros e fáceis de entender. Lembre que os autistas pensam de forma concreta.
 Lembre-se o treinamento não está completo até que a pessoa aprenda a indicar que precisa ir ao banheiro sem ser lembrada por outras pessoas; complete a rotina independentemente e se prenda em pistas visuais ao invés de verbais.
Antecipe qualquer problema quando for passear. Leve o horário visual e peça informação para saber onde estão os banheiros públicos para evitar se perder quando precisar usá-los. Carregue uma pequena toalha ou um alguns pedaços de papel higiênico para evitar qualquer problema relacionado à sensibilidade. Leve sempre o brinquedo preferido para diminuir a ansiedade.
Não faça uma mudança brusca das fraldas para a cueca ou calcinha. Gradualmente, aumente o número de horas que a criança estiver usando as partes de baixo, usando o bom senso. Recompense os momentos em que a criança não esteja usando fraldas.
 Se depois de treinada, a criança estiver usando muito papel higiênico, diga uma quantidade de quadradinhos do papel para ela contar ou utilize dicas visuais para determinar a quantidade correta.
 Lembre-se que a criança pode apresentar algum tipo de regressão quando estiver doente, tomando medicamentos ou mudar o tipo de comida. Se houver algum tipo de mudança na rotina ao deitar, ou até dentro da escola como mudança de professora, transferência de colegas ou problemas na família – tudo isso pode interferir no treinamento. Quando isso acontecer, tente identificar o motivo, converse com o médico ou com a família. Não mostre desapontamento, raiva ou outra emoção negativa.
Calmamente retorne as estratégias que eram eficientes.


 (Dicas baseadas no livro Toilet training for individuals with autism and related disorders de Maria Wheeler. Texas: Future Horizons, 1998.)

Um comentário:

  1. Informações sábias. Atendo crianças, jovens e adultos especiais e achei valioso o texto. Parabéns.

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