Educação Inclusiva e o retorno das atividades presenciais


    Lendo a respeito do retorno escolar e os desafios que enfrentamos em tempos de pandemia, uma primeira contatação é que não podemos mais pensar em educação apenas: precisamos ampliar o olhar para uma rede de trabalho onde a saúde e educação estão juntas nessa caminhada.

Precisamos de uma mobilização em torno da escola, olhando para a educação com atividades presenciais e não presenciais, dando continuidade à educação remota, ou mediada ou não pela tecnologia.

O professor precisa se reinventar nas suas concepções para que as atividades sejam significativas nessa volta presencial. Ter o cuidado de um olhar diferenciado para as avaliações diagnósticas, que validem atividades articuladas entre a aprendizagem presencial e não presencial, que além das competências do currículo olhe com atenção para as competências socioemocionais.

Devemos ampliar os estímulos a atividades não presenciais adaptadas a essa nova realidade, buscar mais proximidade remota com os nossos estudantes, para que eles assistam e nos ajudem a dar o tom dessas aulas. Articular as novas metodologias (metodologias ativas) que favoreçam a aprendizagem e que possam mitigar as diferenças sociais que a pandemia está nos apresentando.

Aproximar as famílias do nosso trabalho e compreender as dinâmicas que estão envolvidas nessa relação. Preservar a proximidade para garantir o acesso de todos a uma educação de boa qualidade. O jovem com deficiência deve ter o mesmo direito que qualquer outro aluno: o protocolo de retorno deve ser para todos e, portanto, pensado também para a diversidade escolar.

Não podemos deixar de falar das fragilidades sociais que muitos estudantes estão enfrentando sem acesso à internet, muitos sem canal de tv e em outra vertente os estudantes com deficiência que precisam de apoios específicos devido as suas características individuais, que o colocam numa situação de maior vulnerabilidade, mostrando a importância da aproximação da escola com a família na compreensão dessas necessidades.

Importante lembrar que, na diversidade, cada caso é uma situação específica, como por exemplo, o aluno que tem um profissional de apoio na sala de aula, o estudante que precisa do apoio do AEE para mediar o seu contexto de vida, do surdo com a mediação em Libras, o aluno que faz uso de prancha de comunicação; enfim, são muitas especificidades.

Fica então as questões: quais são os cuidados necessários para o retorno em relação às especificidades dos estudantes público alvo da educação especial? O que conseguimos garantir de segurança a eles? Como a família pode ajudar a escola a implementar esses cuidados?

Estamos refletindo todas essas perguntas, olhando para as necessidades e cuidados a fim de oferecer um retorno seguro a todos os estudantes e as suas especificidades, e a única resposta que encontramos está na sensibilidade do ser humano, na capacidade de gestar todas as questões que ainda aparecerão nesse novo normal e no forte desejo de não deixar ninguém para trás, como afirma sempre nosso Secretário de Educação.

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