Fraguimentos literários...

> ------------ ----->> - O senhor saiba: eu toda a minha vida pensei por mim, forro, sou nascido> diferente. Eu sou é eu mesmo. Diverjo de todo o mundo... (Guimarães Rosa -> Grande sertão: veredas)>>
- Quem sabe direito o que uma pessoa é? Antes sendo: julgamento é sempre> defeituoso, porque o que a gente julga é o passado. (Guimarães Rosa - Grande> sertão: veredas) [como um professor pode fixar suas expectativas em relação> a um aluno?]
>> - Natureza da gente não cabe em nenhuma certeza. (Guimarães Rosa - Grande> sertão: veredas) [como a de um diagnóstico/prognó stico médico]
>> - Eu, reduzida a uma palavra? Mas que palavra me representa? De uma coisa> sei: eu não sou meu nome. O meu nome pertence aos que me chamam. Mas, meu> nome íntimo é zero. É um eterno começo permanentemente interrompido pela> minha consciência de começo. (Clarice Lispector - Um Sopro de Vida) [o nome> ou qualquer rótulo que colocam sobre mim]
>> - A maior riqueza do homem> é a sua incompletude.> Nesse ponto sou abastado.> Palavras que me aceitam como> sou-eu não aceito.> Não aguento ser apenas um> sujeito que abre> portas, que puxa válvulas,> que olha o relógio, que> compra pão às seis horas da tarde,> que vai lá fora,> que aponta lápis,> que vê a uva etc.etc.> Perdoai> mas eu preciso ser Outros.> Eu penso renovar o homem> usando borboletas.> (Manoel de Barros - ?)
>> - Desejar ser> (...)> Sou um sujeito cheio de recantos.> Os desvãos me constam.> Tem hora leio avencas.> Tem horas Proust.> Ouço aves e beethovens.> Gosto de Bola-Sete e Charles Chaplin.> O dia vai morrer aberto em mim.> (...)> (Manoel de Barros - ?)>> - Que isso foi o que sempre me invocou, o senhor sabe: eu careço de que o> bom seja bom e o rúim, ruím, que dum lado esteja o preto e do outro o> branco, que o feio fique bem apartado do bonito e a alegria longe da> tristeza! Quero os todos pastos demarcados.. . Como é que posso com este> mundo? A vida é ingrata no macio de si; mas transtraz a esperança mesmo do> meio do fel do desespero. Ao que, este mundo é muito misturado... (Guimarães> Rosa - Grande sertão: veredas) [educação com "pastos demarcados" é> artificial, embora muita gente ainda os desejem tanto quanto Riobaldo,> protagonista da obra]
>> - Se não, o senhor me diga: preto é preto? branco é branco? Ou: quando é> que a velhice começa, surgindo de dentro da mocidade? (Guimarães Rosa -> Grande sertão: veredas) [onde estão as fronteiras dos pastos, quem demarca,> com qual critério, onde começa o anormal surgindo de dentro do normal?]
>> - Verbo Ser> Que vai ser quando crescer? Vivem perguntando em redor. Que é ser?> É ter um corpo, um jeito, um nome? Tenho os três. E sou?> Tenho de mudar quando crescer? Usar outro nome, corpo e jeito?> Ou a gente só principia a ser quando cresce?> É terrível, ser? Dói? É bom? É triste?> Ser; pronunciado tão depressa, e cabe tantas coisas?> Repito: Ser, Ser, Ser. Er. R. Que vou ser quando crescer?> Sou obrigado a? Posso escolher? Não dá para entender. Não vou ser.> Vou crescer assim mesmo. Sem ser. Esquecer. (Carlos Drummond de Andrade -> Poesia e Prosa). [educamos só para o futuro, em função de uma identidade que> definimos para o aluno?]
>> - Não preciso do fim para chegar. (Manoel de Barros - O livro sobre nada)> [e se um aluno não atinge o fim?]
>> - A aprendizagem está, antes de mais nada, do lado do rato no labirinto.> (Gilles Deleuze - Diferença e Repetição)> - Nunca se sabe de antemão como alguém vai aprender - que amores tornam> alguém bom em Latim, por meio de que encontros se é filósofo, em que> dicionários se aprende a pensar. Os limites das faculdades se encaixam uns> nos outros sob a forma quebrada daquilo que traz e transmite a diferença.> Não há método para encontrar tesouros nem para aprender. (Gilles Deleuze -> Diferença e Repetição)
>> - O senhor mire e veja. O mais importante e bonito, do mundo, é isto: que> as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas - mas que> elas vão sempre mudando. Afinam e desafinam. Verdade maior. (Guimarães Rosa> - Grande sertão: veredas)
>> - Viver é etcétera. (Guimarães Rosa - Grande sertão: veredas)
>> - A vida inventa! A gente principia as coisas, no não saber por que, e> desde aí perde o poder de continuação - porque a vida é mutirão de todos,> por todos remexida e temperada. (Guimarães Rosa - Grande sertão: veredas)> [não dá para alguém querer reter o poder de continuação numa escola> inclusiva]
>> - Acontece que o mundo é sempre grávido de imenso.> E os homens, moradores de infinitos, não têm olhos a medir.> Seus sonhos vão à frente de seus passos.> Os homens nasceram para desobedecer aos mapas e desinventar bússolas.> Sua vocação é a de desordenar paisagens.> (Mia Couto - Cronicando)
>> - Desaprender oito horas por dia ensina os princípios. (Manoel de Barros -> ?)>> ------------ ----

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